O impacto das telas na interação entre pais e filhos

Sales
25 de abr. de 2025

Hoje, vamos falar sobre um tema que gera muitas dúvidas: o uso de telas na primeira infância. Afinal, qual é o real impacto disso na linguagem das crianças?

Um estudo recente publicado na JAMA Pediatrics (2024) investigou justamente isso. Os pesquisadores acompanharam 220 famílias com crianças de 12 a 36 meses de idade. Utilizando um gravador especial, eles conseguiram medir o tempo de tela e monitorar o ambiente linguístico da criança, analisando:

  • Quantas palavras os adultos falavam perto da criança

  • Quantas palavras ou sons a criança emitia

  • Quantas trocas de turnos (diálogos) aconteciam

Aos 3 anos de idade, cada minuto a mais de tela por dia estava associado a:

  • Menos 7 palavras faladas pelos adultos

  • Menos 5 palavras ou sons emitidos pela criança

  • Menos 1 troca de turno na conversa

Em outras palavras, mais tempo de tela = menos conversa entre adultos e crianças.

E o que isso significa na prática?
Se uma criança passa cerca de 3 horas por dia diante de telas — o que é comum atualmente — ela pode perder a chance de:
  • Ouvir mais de 1.100 palavras

  • Falar cerca de 840 palavras por dia

Isso representa uma redução significativa de interações essenciais para o desenvolvimento da linguagem.

Mas então, o que podemos fazer?

Sabemos que eliminar totalmente o uso de telas nem sempre é possível. A boa notícia é que existem formas mais saudáveis de usar a tecnologia com crianças pequenas:

  • Co-viewing (uso compartilhado e interativo): quando os pais assistem junto com a criança e conversam sobre o que está sendo visto, os efeitos negativos diminuem. Essa interação pode, inclusive, estimular a linguagem.

  • Quando não for possível acompanhar, escolha conteúdos educativos e apropriados para a idade.

O mais importante é lembrar que a linguagem se desenvolve na troca. O que mais favorece a fala não são os aplicativos ou os vídeos, mas as interações olho no olho, palavra por palavra, afeto por afeto.

Referência: JAMA Pediatr. 2024;178(4):369-375. doi:10.1001/jamapediatrics.2023.6790

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